terça-feira, 22 de maio de 2012

A ESCOLA QUE TEMOS HOJE E A ESCOLA QUE QUEREMOS



      A escola que temos hoje e a escola que queremos ter no futuro estão na dependência de medidas a serem tomadas em caráter urgentíssimo.     
    A educação de um modo geral está carente de ações concretas direcionadas ao aprendizado do aluno em qualquer instância, seja na educação de aluno com necessidades especiais ou não. E, a inclusão se propõe a atuar desta forma.
     Para tanto, a inclusão tem sido objeto de pesquisa e reflexão, por ser um meio sócio-educativo que intenta atender a todos, indistintamente. Mas, por ser uma “inovação” no meio educacional e social, há toda uma complexidade que demanda ações que precisam ser discutidas coletivamente e de forma contínua, mediante ao que vem sendo realizado na prática frente ao desafio de gerenciar a diversidade na sala de aula.
     Mas inclusão não é algo a ser incorporado de forma aleatória. Para isso, há de se organizar meios e instrumentos para desenvolver este trabalho. A prática tem demonstrado que os planejamentos tem se apresentado rígidos, com conteúdos delimitados que contrariam a dinâmica da proposta em discussão e, ao invés de atender a todos, acaba se tornando seletivo.     
     A dificuldade que percebemos no processo “inclusão”, nas escolas hoje, vem dos princípios, ou seja, a própria família excluem os seus PNE, talvez por não desenvolver ações que possibilitem o acesso, desse familiar, na sociedade, desde o seu nascimento.    
     As propostas para a educação inclusiva continuam sendo compreendidas como exigência do respeito, da tolerância ao portador de necessidades especiais bem como o sentimento de piedade, generosidade e a compaixão. Essas atitudes apenas distanciam os alunos que precisam ser incluídos daqueles que tem o dever e a obrigação de inserir os PNS, na escola e na sociedade, com seriedade e responsabilidade. A inclusão do aluno com necessidades educativas especiais no ensino regular é um desafio a todos os envolvidos na educação para todos indiscriminadamente.     
     “O Congresso Nacional aprovou o texto da Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência por meio do decreto Legislativo i98 de 13 de junho de 2001”. E no Brasil entrou em vigor no dia 14 de setembro de 2001. Essa lei é a mais recente em defesa do direito de ser, sendo diferente, na escola. O Estado também tem a responsabilidade com a educação complementar, que deve ser oferecida fora do horário normal da aula regular.     
     Numa sociedade que é seletiva, os profissionais “inclusivos” necessitam se preparar para praticar uma educação voltada para a cidadania global e sem preconceito. E, com vistas à transformação, não somente da educação, mas da própria sociedade, pois esta tem sido referencial para a escola há décadas, e isso faz com que reproduza singular resistência no que se refere às mudanças provocadas pela inclusão. Não há mais como ignorar a exclusão da diferença.
     Situações complexas precisam ser discutidas e resolvidas. Uma delas é referente aos profissionais, pois alguns se consideram incompetentes para atender às diferenças, outros afirmam não estar preparados, e existem até mesmo aqueles que não concordam com esta inclusão, tomando-a como uma imposição. Também, deve haver um diálogo contínuo com os pais de alunos regulares, para que compreendam melhor o que é inclusão. Isso, porque muitos deles acreditam que seus filhos serão prejudicados no aprendizado ao dividir o espaço e atenção do educador com crianças especiais.     
      E é no centro de toda esta “crise” educacional e social que se encontra o educador. Ele precisa dispor de conhecimentos, de abordagens pedagógicas, de métodos, de materiais e de tempo... Mas, mais que tudo isso, requer apoio de todos os envolvidos no processo para desenvolver sua função com eficiência e competência, porque é considerado como fator decisivo na construção da escola inclusiva e luta para assumir dignamente este papel.
     Uma vez que o profissional da educação esteja consciente e compreenda a diversidade cultural, seja politizado no que tange a buscar, promover e executar atuações condizentes ao que está determinado através de práticas motivacionais. Mas, não só o professor, mas todos os profissionais da escola devem se qualificar adequadamente para receber o aluno PNE. E a grade curricular deve contemplar a todos, indistintamente. As orientações e planejamentos devem possuir flexibilidade no intuito de observar e respeitar as relatividades que advém com as diferenças. Para tanto, devem estar aptos para vencer os desafios que este empreendimento apresenta em sua dinâmica.
     Precisamos reverter esse quadro de falência na educação, principalmente na especial, ou seja, na educação inclusiva. Há de se pensar em uma Educação Inclusiva com responsabilidade onde o respeito às necessidades dos discentes seja prioridade, completando o processo de escolarização de todos os alunos matriculados. Há amparo legal. Portanto deve ser cumprido de forma eficaz, para que haja erradicação da discriminação.
    Seja qual for o motivo, se faz necessário atualizar os profissionais, para se aperfeiçoarem, e orientação às famílias e comunidade envolvida. Isto, em caráter de urgência, para que tenhamos uma educação promissora, voltada para cidadania, sem preconceitos.      
     A trajetória escolar brasileira deve ser repensada para que não continue promovendo injustiças. Temos que acreditar e lutar por uma educação que promova autonomia e por consequência torne nosso país melhor! 
Referência:
Mantoan, Maria Tereza Eglér. O Direito de Ser, sendo diferente, na escola.
 http://www2.cjf.jus.br/ojs2/index.php/cej/article/viewFile/622/802
ROSS, P.R. Conhecimento e aprendizado cooperativo na inclusão. Educar em revista. Curitiba:UFPR, 2004,n.23, p.203-224 (Dossiê: Educação Especial).